MÚSICA E MEDICINA

Desde tempos muito remotos da civilização humana, a música esteve vinculada ao conhecimento da natureza e aos seus ciclos e ritmos como também a propósitos terapêuticos e curativos.

São muitas as referências e numerosos os escritos relacionados a aplicação da música e dos sons na medicina. Os primeiros relatos escritos sobre a influência da musica no ser humano, parecem ser os que foram encontrados nos papiros médicos egípcios pelo antropólogo inglês Flandres Petrie, em Kahun, por volta de 1899. Esses papiros datam de cerca de 4500 anos antes de Cristo e se referem ao encantamento da música, ao qual atribuíam uma influência na fertilidade da mulher. Este papiro revelava a utilização de um sistema de sons e de musicas, instrumentais e vocais para o tratamento de problemas mentais e emocionais e incluía também indicações para algumas doenças físicas.(14)

Na Mitologia da maioria das culturas o Médico e o Músico são simbolizados pelo mesmo personagem.

Na antiga China este personagem foi o lendário imperador Huang- di (2704-2595) o Imperador Amarelo, fundador do Taoísmo, da Medicina e da Música. Foi durante o seu legado que a Medicina Tradicional Chinesa e a Acupuntura tiveram um grande avanço, O Nei-jing (Livro do Imperador Amarelo é um clássico da literatura Médica Mundial e trata-se de um diálogo entre Huang di e o Médico da corte Chenn Non.)

Em sua época também teve um grande desenvolvimento a Música Chinesa com a descoberta da escala cromática chinesa criada a partir do ciclo das quintas. Os Chineses constataram que uma série de quintas(Do-Sol-Re-La-Mi-Si....) em uma fileira produz doze notas distintas antes que estas voltem a se repetir. Essas doze notas colocadas em uma série incluem todos os semitons de nossa escala ocidental.

Essas notas eram emitidas por 12 tubos sonoros (6 tubos yang e 6 tubos Yin) em relação aos 12 meses do ano. Cada mês do ano detinha uma tonalidade e se relacionava com um órgão e estrutura do corpo e a um meridiano de Acupuntura.

O filósofo chinês Confúcio (551 ªc- 478 ªC) acreditava que a música tinha valor espiritual e que alguns instrumentos musicais guardavam a pureza dos objetos sagrados. Por isso, dizia que para um homem ser verdadeiramente instruído em todas as coisas “é preciso estudar com cuidado a musica e seus princípios naturais.”

Na mitologia grega é Apolo quem simboliza este casamento entre a Música e a Medicina. Segundo refere Homero, Apolo era o médico dos deuses, no Olimpo. Depois transmitiu os conhecimentos médicos ao centauro Quíron. Este último tratava toda sorte de doenças com os sons de sua lira. Apolo entregou o filho Esculápio a orientação pedagógica de Quíron, que lhe ensinou a arte de curar, de tocar música e outros conhecimentos. Assim Esculápio tornou-se o Deus da Medicina e da cirurgia. Píndaro, numa de suas odes, relata que Esculápio tratava os doente fazendo-os ouvir cânticos. Além de outros filhos, Esculápio teve Higéia e Panacéia, deusas destinadas a presidir respectivamente a profilaxia das doenças e a aplicação das virtudes curativas das plantas.

Foi Pitágoras o responsável pelo primeiro registro ocidental, associando a Música com a Matemática, isto ocorreu por volta do século VI antes de cristo na Grécia antiga na escola Pitagórica. Pitágoras relacionou os intervalos musicais com o conceito matemático de frações há mais de 2000 anos fazendo uso de um instrumento de uma corda que denominou de monocórdio (da família da Lira, Cítara, Harpa).

A escola Pitagórico influenciou e influencia até hoje os inúmeros campos do conhecimento humano. Pitágoras foi quem primeiro relacionou conhecimentos aritméticos, geométricos, acústicos, musicais, corporais, astronômicos, integrados pelo descobrimento de correspondências numéricas entre os intervalos musicais e aos vários fenômenos da natureza.

Outro importante pensador grego musical e posterior a Pitágoras mas com uma grande influência do sábio de Samos foi Platão.

Platão recomendava a música para a saúde da mente e do corpo, e para vencer as angústias fóbicas.

Segundo Platão(428 ªc- 348 ªC):


"O Homem, que se exercita na ginástica, ganhará força e ousadia; se, porém, não se ocupa também da música, será como o animal feroz, que emprega a todo momento a força e a violência . As musas deram ao homem a harmonia musical , para que regula por ela os movimentos da alma, e, com o auxílio do ritmo, reforme as maneiras desgraciosas e desmedidas."

Ainda segundo Platão:

“A música deve preceder e dominar a ginástica, porque a alma deve formar o corpo e não o corpo formar a alma” 

Aristóteles (384 ªc- 322 ªC ) descrevia seus benéficos efeitos nas emoções incontroláveis e para provocar a catarse das emoções dizendo que a musica suscita nas mentes perturbadas uma espécie de crise que favoreceria o retorno ao seu estado normal. A esse fenômeno ele deu o nome de kátharsis, ou catarse, um conceito fundamental na estrutura da psicologia e do teatro ocidental e da qual foi o primeiro teórico.

Para o Oriente Médio, Tot, conhecido entre os gregos como Hermes Trimegisto, inventou as ciências e as artes. Mais ou menos na mesma época, os árabes seguiram uma teoria, até certo ponto, igual a dos gregos e em outros, mais avançados.

Segundo os pesquisadores e historiadores , a música foi introduzida como parte integrante da medicina, no século IX, por médicos dos países Árabes. Segundo eles, a visão que a musica poderia curar o corpo doente através da alma foi gradualmente absorvida pelo pensamento médico ocidental.


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"A musica como terapia tem-se mostrado eficaz atualmente, principalmente no combate a depressão, e resgatando a auto-estima do pacientes. Acredito que este trabalho magnífico do Dr. Augusto Weber é de vital importância, para auxiliar todos os profissionais médicos, músicos e musicoterapeutas, a refletir e angariar conhecimentos sobre esta relação do som-ser humano-som."
Carlos Doro, musicoterapeuta

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