A utilização do som e da Música em uma sessão de Acupuntura é um recurso terapêutico, simples, eficaz, barato, prático, sem efeitos colaterais, contribuindo como fator de humanização e melhora na relação médico-paciente, bem como do médico no dia a dia do seu trabalho.
A Acupuntura é uma especialidade Médica que facilita esta interação, normalmente o paciente fica de 15 a 30 imobilizado em uma maca, momento este adequado para utilizarmos o som e a Música de uma forma terapêutica.
De acordo com a M.T.C o som está relacionado com a essência, possuindo um sentido centrífugo de manifestação, isto é atua de dentro para fora. Esta essência é armazenada nos rins e nutre a medula e o cérebro que é denominado como o “mar da medulas”. Os ouvidos são as janelas dos rins, os órgãos dos sentidos mais intimamente relacionados ao cérebro são as orelhas e o sentido da audição. Os sons e a música são um importante auxílio terapêutico em padrões que cursem com a deficiência da Essência e do yin, acalmar a mente, dispersar o calor excessivo no coração, promover a circulação suave do ‘Qi:” de Gan, regularizar a excessiva atividade mental suavizar o medo, nutrir a essência.
Com o passar dos anos e com o consumo paulatino e inexorável da essência, as orelhas não serão devidamente nutridas e perdemos capacidade de ouvir os sons de alta freqüência justamente os sons que promovem a recarga cortical e os primeiros a serem perdidos com o passar dos anos coincidindo com a senilidade.
Os fatos comprovam que doenças degenerativas do sistema nervoso central, como Mal de Alzheimer, Demência, cansaço mental, fadiga psíquica, Parkinson, estão associadas a surdez e a perda da capacidade de regeneração cerebral(recarga cortical) produzida pela audição. O som e a música podem ser um importante auxílio no tratamento de autismo, paralisia cerebral, mal de Alzheimer, insônia, problemas de comunicação, como afasia, dislalia, gagueira, fadiga , cansaço, stress, neurastenia, fadiga mental, problemas com a memória, falta de concentração, ansiedade, síndrome do pânico.
As evidências sugerem que certos tipos de música parecem possuir poderosos e positivos efeitos - Música clássica, barroca, romântica, tipos de Jazz, Bossa nova, rock, cânticos, rezas, modas de viola, música oriental, sons meditativos, espaciais, relaxantes, incluindo música para criar estados de consciência.(Ritmos beta, alfa, theta, delta), Sons de natureza psicoacustica como o som binaural sons de alta freqüência, todos produzindo efeitos na mente, emoções, e no corpo físico.
Funcional/Ambiental/Incidental: Música para a sala de espera, de acordo com os horários do dia, estação do ano, de acordo com os Conceitos de ISO Universal, Gestáltica, Cultural, Complementar. Os alto falantes podem ser direcionados para o corpo do paciente, como por exemplo a cabeça e a sola dos pés. As musicas são escolhidas utilizando-se critérios como a freqüência, ritmo, timbre, melodia e emoção que a musica evoca. Ao conhecermos o conteúdo emocional que as musicas evocam estaremos aptos a utiliza-las de uma forma adequada em terapia para o tratamento dos inúmeros estados da alma.
Fones de ouvido: Técnicas psicoacústicas, como o som de alta freqüência, som binaural. Essas freqüências são mixadas (misturadas) com musica previamente escolhida, segundo os critérios citados anteriormente, a qual amplifica os efeitos. Estas técnicas promovem um efeito de recarga cortical, isto e, recarregam o cérebro e melhoram as funções mentais.
Aparelhos de Luz e Som:Também conhecidos como Integradores Áudio Visuais, são microcomputadores com possibilidades de utilização das diferentes freqüências sonoras, diferentes ritmos e sons de natureza psicoacustica, que são emitidos através de fones de ouvido e óculos com luzes piscantes. Este estímulo sincronizado de luz e som promove uma alteração importante no padrão de onda cerebral. Ao modificar-se o padrão de onda cerebral, como conseqüência a química cerebral é alterada. As evidencias medicas demonstram que esses aparelhos são um importante aliado no tratamento de inúmeros estados mentais emocionais, ligados diretamente a secreção de neuroquímicos como a serotonina, a dopamina, as endorfinas, podendo ser utilizados em distúrbios da ansiedade, do sono, síndrome do pânico, dores crônicas, melhoria das faculdades mentais como a concentração , o aprendizado e a memória, bem como a prevenção de doenças como o Mal de Alzheimer e doenças degenerativas cerebrais.
Outra possibilidade é integrar o estimulo auditivo com o táctil, onde o mesmo pulso ouvido e sentido na pele. Esta técnica promove um maior efeito de relaxamento e sedação do que a utilização da luz. Em pessoas que precisam ser sedadas, utiliza-se o estímulo auditivo e táctil sincronizados, outras que precisam ser estimuladas usa-se o estimulo auditivo em associação com o visual. Tanto a pele como o sistema nervoso e os sistemas sensoriais como a audição , tato e visão derivam do mesmo folheto embrionário. Portanto, em nossa pele existe a possibilidade latente de ver e ouvir.
Pelo fato dos principais pontos de Acupuntura localizarem-se próximos a reentrâncias ósseas e os ossos possuírem uma importante função na transmissão sonora principalmente na vida fetal, e possível utilizar-se de diapasões com diferentes freqüências para estimular os pontos de Acupuntura. Estes pontos podem ser estimulados apenas pela vibração de um diapasão em diferentes pontos da pele, como também pela utilização dos intervalos musicais com dois diapasões simultaneamente. A utilização de princípios musicais no estimulo dos pontos de Acupuntura e denominada de Acupuntura Musical. Esta e uma gentil e eficaz técnica para gestantes, com ótimos resultados o alivio da dor, atuando como sedativo em ansiedade, insônia e principalmente em mal posicionamento fetal.
A principal forma que o feto se utiliza para sentir a vibração e através da via óssea, quando coloca a cabeça na coroa ilíaca de sua mãe. Este local representa a concha acústica do organismo, portanto e possível estimular vibratoriamente o feto dentro do útero materno, utilizando-se de diapasões nos pontos de Acupuntura.
A tecnologia possibilitou o desenvolvimento de aparelhos que emitem ondas sonoras, sendo mais conhecido o ultra-som, passando pela intra-som(ondas sonoras audíveis) e o infra-som. As ondas sonoras audíveis, também denominadas intra-som são biologicamente melhor adaptadas para promoverem efeitos de regeneração celular, pois ressonam de forma natural, promovendo estimulo profundo através da atuação centrífuga(de dentro para fora), podendo ser utilizados os pontos de Acupuntura com excelentes resultados.
O intra-som e uma recente e eficaz terapia de utilização do som, que atua através do processo de estimulação vertical, promovendo uma massagem profunda. Esses aparelhos funcionam com base no duplo efeito de terapia combinada de ondas sonoras e campo magnético, únicos meios eficazes que conseguem agir sobre os ossos, nervos,l músculos e tendões.
Os aparelhos emitem ondas sonoras audíveis em torno de 60 a 100 Hz, que por sua vez desencadeiam uma estimulação profunda, atuando de dentro para fora (centrífugo-Yin) no local ode o corpo se encontra debilitado, promovendo um crescimento acelerado de novas células.
Uma importante propriedade terapêutica do som e a diminuição do estado de adesão e coesão das estruturas orgânicas promovendo assim um efeito circulatório, aliviando as dores, os espasmos, as nodulações e os tumores. O som atua na intimidade da matéria, estimulando as propriedades regenerativas e de vitalização do corpo humano. E a única eletroterapia que pode ser aplicada sem restrições ou efeitos colaterais em bebes, crianças e gestantes.
As principais indicações na Terapia de Ondas Sonoras:
COMO ESCOLHER A MUSICA ADEQUADA
Relembrando o que já foi visto é importante ter em mente ao escolher uma música ou som adequado devemos nos lembrar dos seguintes princípios já previamente estudados.
FREQUÊNCIA
Como vimos, as freqüências agudas (tonalidade alta) são Yang e portanto estão indicadas em padrões de deficiência do Yang (astenia, cansaço, tristeza, depressão, frialdade no corpo). As fontes naturais de sons de alta freqüência esta contida na maioria dos instrumentos tocando em um registro alto(agudo). Estas fontes estão contidas principalmente, na voz humana (soprano, tenor), flauta, piano, violino, violões, cítaras, trompete, sinos, gongos, e técnicas psicoacústicas utilizando-se de sons de alta frequência e diapasões de alta freqüência. Ondas cerebrais Beta e Alfa alta.
As freqüências graves (tonalidade baixa) são Yin e portanto estão indicadas em padrões de deficiência do Yin com excesso de Yang. (Hiperatividade, ansiedade, irritabilidade, insônia, calor no corpo). As fontes naturais de sons de baixa freqüência são a voz humana(barítono, grave) violoncelo, trompa, órgão, piano, trombone, flautas em registro grave, tambores, técnicas psicoacústicas utilizando-se de sons de baixas freqüências como o pulso binaural em freqüências Alfa baixa, Theta e Delta.
RITMO
Ter em mente o andamento da música se é rápida ou lenta. Ritmos rápidos como o Allegro, Vivace, Presto, Prestíssimo, tonificam o Yang e podem ser usados para padrões que cursem com deficiência do Yang.( Lentidão nos movimentos, raciocínio lento, pulso lento, cansaço, astenia, depressão) Ritmos mais lentos como os largos e adágios são indicados para sedar o Yang e nutrir o Yin em padrões que cursem com deficiência do Yin (Movimentos rápidos, bruscos, pulso rápido, ansiedade, insônia, não consegue ficar nos lugares)
***Importante
Contudo e fundamental enfatizarmos o conceito de freqüência alvo como também de ritmo alvo e modo de escala maior ou menor como alvo. Relembrando os conceitos já vistos anteriormente Os ritmos intermediários como o Andante quase sempre são indicados, pois pela experiência é melhor iniciar no andamento que paciente se encontra para daí sim lentamente dirigir-se ao andamento desejado (Ritmo alvo). Desta maneira os ritmos intermediários entre Andante e o Moderato são mais indicados para iniciarmos. Normalmente indivíduos muito ansiosos, com deficiencia do Yin e portanto com excesso de Yang tem dificuldade em permanecerem muito tempo parados ainda mais ouvindo uma musica muito lenta, você com certeza vai agravar o quadro. O tempo mental desses indivíduos é mais rápido, assim eles ressonam mais facilmente com músicas com um ritmo mais rápido como um Allegro, ou um Vivace por exemplo.
TIMBRE
O timbre corresponde o som que caracteriza cada instrumento. Em física corresponde ao formato de onda. O violino e a flauta podem estar tocando a mesma nota musical mas soarem diferentes, isso acontece porque os harmônicos são diferentes. Os timbres também podem ser classificados em Yin e Yang. (ver cap. Timbres).
Timbres Yang: Trompete, guitarra elétrica, violino, rabeca, violão, cítaras, saxophone, silvos, ventos, apitos, caixa.
Timbres Yin: Piano, flautas, harpa, xilofone, teclado, piano, tambores, surdo. Sons da água, ondas no mar, fonte brotando, a chuva caindo,o som de uma gota pingando.
INTERVALOS
Os intervalos musicais como já citados anteriormente também podem ser classificados em Yin e Yang. Os Intervalos mais Yang são os de Quinta justa, Quarta, sexta maior, possuem uma natureza expansiva e estimulante e tonificam. Os intervalos Yin são os de terça principalmente a terça menor, sexta menor, sétima menor, possuem uma natureza intimista e atuam sedando. O intervalo de oitava é o ponto de equilíbrio.
Estes intervalos correspondem a arquétipos de forma e correspondem a determinados padrões e estados mentais. Cada intervalo como nós vimos possui uma qualidade e personalidade própria e tem a sua função na escala musical. Alguns intervalos são mais estimulantes outros são sedantes.
Em terapia, ou em uma sessão de Acupuntura eles podem ser ministrados diretamente usando 2 diapasões com tons distintos por exemplo um diapasão em Dó e outro em Sol o intervalo correspondente é o de quinta um intervalo Yang. O conceito de intervalos musicais nos leva a compreender de como usar os diapasões. Assim se quisermos tonificar utilizamos um intervalo de Quinta (Dó-Sol), se quisermos sedar utilizamos um intervalo de Terça maior(Dó-Mi). Desta maneira este intervalo pode ser formado percutindo-se dois diapasões simultaneamente, e após aplica-los em dois pontos de Acupuntura pré selecionados, por exemplo para estimular a mente: diapasão no VC-15(Dó) e outro no Yintang(Sol). Devemos ter em mente a escala musical e raciocinar no sentido de promover uma escala musical na região ao qual se quer tratar.
Tendo em mente que freqüências graves ressonam abaixo do umbigo, freqüências médias na região do plexo solar e freqüências agudas do diafragma para cima. Podemos também utiliza-los ouvindo-os simplesmente ou em uma fita ou Cd gravados previamente ou utilizando os diapasões e percutindo-os diretamente e simultaneamente em ambas orelhas do paciente e após o agulhamento em cima das agulhas. Os intervalos podem ser ministrados também sutilmente mixados com música previamente escolhida de acordo com o princípio de ISO discutido previamente.
MELODIA, ESCALAS, MODOS
Músicas em Modos de escala maiores são mais estimulantes, alegres, otimistas e, portanto Yang. Músicas em modos de escala menores são melancólicas, densas, tristes e portanto Yin.
Lembrando que devemos nos sincronizar com o estado emocional se o indivíduo é melancólico, não adianta iniciarmos com modos maiores, alegres, juvenis, isto agravará o quadro. A esses indivíduos devemos utilizar de me lodias e modos de escala menores, mais densos, profundos, para daí lentamente utilizarmos de melodias mais alegres e em modos maiores. (Modo Alvo).
Em quadros que cursem com deficiência do Yin e excesso de Yang, como em quadros de hiperatividade, ansiedade, agitação, insônia. Devemos fazer o oposto iniciarmos em um modo maior para daí lentamente utilizarmos de um modo mais Yin(mais sério, sereno, levemente melancólico) música que evoque um estado de introspecção.
"A musica como terapia tem-se mostrado eficaz atualmente, principalmente no combate a depressão, e resgatando a auto-estima do pacientes. Acredito que este trabalho magnífico do Dr. Augusto Weber é de vital importância, para auxiliar todos os profissionais médicos, músicos e musicoterapeutas, a refletir e angariar conhecimentos sobre esta relação do som-ser humano-som."
Carlos Doro, musicoterapeuta
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